«Car tel un homme pense dans son couer, tel il est»
(provérbios 23;7)





VOLTAREI EM BREVE



O tempo falta para crescer...

Será que se morre antes de nascer,

Ou será que se nasce antes de morrer?



Ás vezes ponho-me a pensar

E nem dou conta

Que estou a sonhar



Passo por aqui e por ali

Já o sol afaga o meu rosto

E apenas vi o que vi.

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PRIMAVERA


«Car tel un homme pense dans son couer, tel il est»
(provérbios 23;7)


PRIMAVERA

Porque Te Encontrei
Primavera Nascente
Saberei descobrir a Tua Força
Neste Enredo Crescente

Os rebentos da Perfeição
Lembram a certeza na saída
Elevando o verde Esperança
No filme da vida.

Projectam-se os episódios
Das simples realidades.
Com protagonistas confiantes,
Romeiros da Liberdade

Oh vida feita de nadas e de tudo
Com origem no Pensamento
Os teus rebentos são os sonhos
Conduzidos pelo vento

Ideias básicas
São armas, diligentes
São Lâmpadas acesas
Que iluminam as nossas Mentes
.
São Caminhos simples
Na senda da Verdade
Com trilhos esquecidos
Que indicam a Felicidade

Ainda que a generalidade pare
A Primavera florirá...
Sublimando interiormente a dor
Na Seiva se alimentará…

Doença e angustia
São os espinhos da vida…
As rosas que se desfolham
Lembram a despedida

Rebentos novos revezam o engano,
Cuidando da transigência
Na certeza do conhecimento
Que leva á Transcendência

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O TOQUE


«Car tel un homme pense dans son couer, tel il est»
(provérbios 23;7)




O TOQUE

O silêncio que outrora vivemos
Tornou-se coragem e gratidão
E se ninguém te ouvir Eu oiço-te.
Pegando a tua mão na minha mão

O teu olhar é uma dádiva
Quando as palavras morrem ao nascer
E estes momentos não esquecem
Vão saudando o Novo Amanhecer


O sol quente não queima
O verde da tua lembrança
Dirigindo assim teus passos
No amanhecer da Esperança

Uma mão cheia de paz
Estendida na hora final
È a dádiva serena do Ser
Que a todos dá por igual

O Amor não morreu
O Teu rosto o transformou.
Nesses dias de esforço inútil
Alcançou a luz que o gerou

O toque é importante para comunicar
Transmite á alma o que a mão levar
Dando apenas o que tem.
Recebe ás vezes sem esperar

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ULTIMOS INSTANTES


«Car tel un homme pense dans son couer, tel il est»
(provérbios 23;7)


ULTIMOS INSTANTES

Tudo me comove entre o luar que nasce
E a palidez desta vida que se vai
Enche-se o meu ser de neve
Tão próximo da verdade que asfixia

Oiço aquela voz afável do enfermeiro
“Estamos aqui, estamos consigo”.
O hálito condensa este vapor leve
Não podes ficar nesta cama comigo

Ele volta o enfermeiro
Analisa, olha, comunica assim
Põe a mão sobre o meu ombro
Precisa algo de mim?

A dor traz pela mão
Ondas de verdadeira ternura.
Estamos ambos a compreender
As palavras simples da amargura.

Sou como a chuva e o vento
Já não sei falar de outra maneira
Sou brisa á beira da tua cruz
O dolorido acendeu esta fogueira

Então manter-me junto de ti
Significa que continuas vivo…,
Um carinho, um gesto uma mão
São o meu incentivo.

Sabes de que me lembra?
Duas lágrimas que verti para ti
Do encontro em doce enleio
Só me esqueci do que sofri.

Paciente e família num esforço mutuo
Em que fala a voz do querer dar.
O zéfiro mais leve age e transforma
Apaga a solidão ao acompanhar.

Nada acabou, tudo começou…

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HINO À VIDA

«Car tel un homme pense dans son couer, tel il est»
(provérbios 23;7)

PARTILHAR

Tem sentido na Verdade
A partilha e a acção.
Para assim movimentar o Ser.
Tocando as pessoas no coração

Coabitar com esta sensação
Leva-me a aceitar
O que é verdadeiramente
Saber Inteiramente Estar

A serenidade, é algo que dá
Um sentimento de paz.
Por isso quero agradecer
O que só ela me traz.

Ser amparo na solidão,
Mão estendida na aflição
Palavra que consola,
No momento da preocupação

Silêncio presente da alma
Conduzido pelo saber ser
No momento em que,
Nada mais há para dizer.

A alegria sóbria é contagiosa
Jubilo e lágrimas equivocam-se
E por vezes entre choro e pranto
As lágrimas secam-se.

E num beijo sincero
Duas caras próximas atingem
O que há de mais lindo
A partilha do que extinguem

E aquele olhar que acaricia
O corpo envolvido na tormenta
É uma oportunidade de oferta,
Do querer cuidar o que se apresenta

É assim o Amor
Eleva o Último Instante,
Dignifica e humaniza a Vida,
Tornando-a Importante

Deste modo compreendo a Vida;
Com estes nadas da existência,
Tantas pessoas são felizes.
Assim aproveito-os com inteligência.

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